sábado, 1 de abril de 2017

PRINCESA NEGRA

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Espelho, espelho meu... Não vou perguntar quem é a mais bonita que eu, afinal até ontem eu era o patinho feio e eu já saí dessa posição que me colocaram faz tempo. Vou apenas dizer-lhe que essa vida é uma caixinha de surpresas. A Princesa Rapunzel, a mais linda, do mundo real chamado planeta terra disse que sou uma princesa. Uma princesa negra? – fiquei pensando. E por que não? Afinal, quem disse que Jesus é branco? Espelho eu demorei um tempão para me ver com outros olhos, hoje sei que sou aquilo que sou e não o fruto da criação dos outros. O meu cabelo duro da época em que eu apenas queria brincar têm cachos que balançam e uma linda história de luta para contar. Vi-me em você e encontrei beleza. Não falo do físico e sim de algo que vem da alma. Uma beleza interior que não se desenha simplesmente se vê com o coração. Dizem que sou incrível, pois bem, quem sou eu pra discordar? Afinal não existe mais o patinho feio! E a estrada dos vencedores é logo ali. É só seguir e seguir. Desistir tem alto preço. Confesso que já pensei em desistir várias vezes, olho pra mim e pergunto se vale a pena. Mas isso faz parte de mim. Digamos que escrever é metade da minha personalidade. Ouvi um amigo me dizer que sou dez. O que quer dizer com isso? Quando tirei uma nota dez na vida que eu não estou sabendo? Eu passei? Cadê o diploma? Sei, sei bem espelho. Não existe diploma na escola da vida. Só estou brincando. Rir um pouco tornam as coisas mais leves. De amargo já basta o limão. Não quero esse cálice. E que cale se o maldito conservadorismo! É meu dever ser feliz. Curtir cada momento como um novo rabisco. Claro que a vida não é uma folha de papel ou algo descartável, mas podemos fazer novos jeitos, sempre recomeçar… Uma reviravolta nos momentos atuais muda a trajetória das coisas. Mudar espelho. Você me reflete e pouco do que hoje sou eu vejo. Normal até, quando vivemos presas no nosso mundo e rapidamente saímos da casca custamos ver as mudanças. Somente quem está de fora para nos dizer. E vem os carinhas a me perguntarem: - Como uma gata como você pode está sozinha? O engraçado espelho querido, é que quando eu acreditava fielmente no amor não era notada por nenhum homem. São os novos tempos? E eu perdi essência do amor, deixei de acreditar no amor e com isso parei de escrever sobre ele. Acho que tenho que resgatar isso. Um pouco desse cálice não mata e nem dói tanto assim. Acho que fui dramática com as minhas dores. Eu devo ter um defeito... Claro, sou romântica demais. Não sei se eu esperava o príncipe encantado até mesmo porque príncipes não existem e este não é ‘’O Diário de Uma Princesa’’, nem eu sou a autora Meg Cabot. Na verdade é apenas uma tentativa de escrever o texto com a temática em volta do cálice para um Jornal de Itajaí, Santa Catarina. E pra ser franca deu o que seria um relato, ou, monólogo sobre mim. Cruz e Sousa, diria que é mais um diálogo comigo mesmo. Maluquice de poeta! Na sua percepção nós poetas somos loucos. Então... Viva os loucos. Não há nada melhor espelho que seguir com a minha loucura. Afinal isso é a minha felicidade.



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