segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O QUE NOS RESTARÁ?

Por Erwelley C. de Andrade (ALB, Brasília, DF)

Como chuva de horrores diante dos nossos olhos, a vida passa e a morte atraca. Como se estivéssemos cegos, apenas movemos os olhos de um lado para o outro e nada mais. O arguir nos petrifica e continuamente ata os nossos pulsos diante de tamanha destruição humana.
Os corações desacelerando cada dia mais, as máquinas agindo em total liberdade, e os vagões inundados de zumbis e mestres na arte da ignorância. O que outrora traduzia amor, simplesmente cessou!
As lágrimas secaram das faces marcadas pela guerra.
O medo é o vizinho mais próximo. Ladrões já não tem "tarjas"!
A matança é justificada pela falta de equilíbrio religioso!
De sorte que alguns ainda sintam algum sentimento, devolvam carteiras perdidas, deem a mão a uma criança faminta.
Como traças mutantes, homens assumem o lugar de verdadeiros monstros, maquinando o dia e a hora exata em que a bomba nuclear será lançada diante de uma "raça" que prediz seu destino e traça suas próprias linhas fúnebres, almejando o tão esperado repouso.
Crianças são arremessadas ao mar, mulheres e homens sendo carregados por suas almas miseráveis,  vidas envolvidas em lençóis de seda cheirando a enxofre.
O mal carrega doses de insanidade que "HUMANO" algum conseguirá reverter os efeitos. E como lama, serão varridos rumo as corredeiras da morte sem que possam gritar por socorro.
O que restará diante do eclipse que envolve as visões e transfere terror por onde passa?
Quanta migalha sobrará para alimentar bocas de milhares de mortos de fome culminados pela antítese secular que se alastra pela face da terra?
O poder estará enterrado juntamente com suas facções; o dinheiro já não comprará ideias, tão pouco pagará pelo silêncio dos que gritam por justiça.
Como chuva de sangue, todos serão lançados diante de um juízo que jamais foi visto ou ouvido, e como grãos de areia serão arrastados, cada um será colocado em seu devido lugar! Do ser humano o que restará?


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