quarta-feira, 1 de outubro de 2014

POEMA 2

Por Bellé Jr. (São Paulo, SP)

quero estar em algum canto da tua memória, em cada momento, em todo lamento
no teu poderia ter sido, onde possa ser um pouco tua dor, saber se sofri demais, ou se depois
por mim, você chorou, quero teu pranto, ser o espanto da centelha surpreendente
que se acende de repente, e como cicatriz deixa a certeza de que voltará
quando entre suas coxas, com os lábios assoprando meus verbos
e desejando seus arrepios, digo que já não sou mais o mesmo
afago seu rosto e bato a brasa no cinzeiro
anoiteço
não ignoro nossas revoluções, apenas as temo, explico isso com cuidado ameno
dizendo que te amo de qualquer jeito, tua lágrima deságua
debaixo da tua tempestade

adormeço

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