quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O LÁPIS QUE QUERIA MUDAR DE COR



Por Luiz Carlos Leme Franco

Um lápis castanho, descontente com sua cor pouco requerida quis mudar para outra qualquer.
-- Amarelo, pensou, chama mais á atenção, é mais enxergável.
-  Ou verde? Rabispinta-se muito com  verde, as árvores e grama.  É de paz, mas quem
escreve com verde?
-  O vermelho, forte, marca bem, embora seja uma cor escura como a minha.
- E o azul.por que não? Cor do céu, do mar, das imensidões. Todos escrevem em azul.
Mas sou lápis.e quase ninguém escrevinha mais com ele. Só pinta
- Que tal o preto ? Não é cor, é feio, mas marca bem.
Com estes indecisamentos  procurou palpites. Falou com a  caneta:
- Qual a cor que escrevedores mais adotam?
Recebeu como reposta:
- Azul, e preto  segundando,  Por quê?
O lápis explicou sobre o seu angustiamento e a caneta lhe disse que hoje em dia  existe
computador  para todas as escritas e usa-se caneta  apenas para algumas assinaturias.
- Para melhores sugerências vá ao ordinator, disse.
Lá foi o  estilete de grafita‘ marrom’  saber a opinião do instrumento que mais escreve.
- Sou apenas um  lápis  castanho,  para poucas  utilidadezas,e  não estou contente com minha cor. O que acha de eu mudá-la ?  Para qual ?
O computador disse  que não se mudava de coloração assim de repente. Achava que nem seria possível., mas  informou que iria se comunicar com seu paint  para não deixar o escrevente sem resposta.
O programa disse ser inócuo o lápis mudar de cor porque com as cores básicas ou ,primárias, azul, vermelho e amarelo faz--se qualquer  matiz de cor e  com vermelho, verde e azul faz-se qualquer cor-luz, segundo a teoria das cores.Também  sabia que nem se usa mais lápis, ainda mais de cor.
Este instrumento de desenheiro, cada vez apreensivo e mais em baixa com as respostas que vinha coletando, resolveu então aposentar-se e  escondeu-se no fundo de uma gaveta inusada.
Sua madeira de apoio apodreceu na escrivaninha úmida.
O  lápis foi, por alguém, posto em uma lixeira e foi virar adubo orgânico a  alguma árvore que seria, no futuro, usada na confecção de outro lápis que poderia ser de outra cor.

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