quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O MEDO DE SER CRISTÃO



Por Humberto Pinho da Silva (V.N. de Gaia, Portugal)


Apesar da maioria das pessoas que vivem no nosso País serem crentes, e muitas católicas praticantes, não se ouve a sua voz nem se deslumbra a influência na sociedade.
A razão desse silêncio é facílimo de explicar: os católicos envergonham-se da sua Fé.
Envergonham-se, porque não há - ou poucos são, - os jornalistas, escritores, artistas plásticos, cançonetistas e políticos, que se declarem crentes; e sabemos o motivo dessa insólita atitude: sempre que o fazem, são taxados de retrógrados ou piegas.
Vivemos numa época em que os valores morais, os bons costumes, a religiosidade, são considerados preconceitos, próprios de mentalidades tacanhas, de ignorantes e analfabetos.
Quem se indigna, levante a voz contra desvarios, maus exemplos de novelas televisivas, infâmias que certa imprensa difunde, quem não pensar como a maioria, é execrado, marginalizado, varrido da elite bem falante, que possui acesso à mass-media.
Ortega y Gasset afirma in “ Revolta das Massas”:” Quem não pensa como toda a gente, corre o risco de ser eliminado.”
E como ninguém aceita ser riscado do convívio dos iluminados, dos que têm poder e conseguem construir ou destruir carreiras promissoras, refugia-se no silêncio, escondendo valores e Fé que professa.
Isso é mau. É mau, porque se os católicos não falarem, não divulgarem a Fé, aos poucos esta extingue-se.
É a minoria, como se sabe, que forma a opinião da maioria. Esta apenas repete o que ouve e vê.
As ideias, tanto boas como más, “ enchem o ar”, como ondas de rádio. Ninguém as vê, ninguém sabe por onde andam, mas entram sorrateiramente na alma de cada um.
Os receptores, aos milhares, encontram-se prontos a receber a mensagem e a difundi-la, mas se não houver emissor, se não houver quem difunde, quem a pode escutar?

Gabriel Marcel em: “ Os Homens Contra o Homem”, assegura: que a opinião pública é coisa mais maleável do mundo. A publicidade sabe que isso é verdade, e também os enganadores, que procuram aniquilar valores que sempre orientam o nosso povo, sabem, que paulatinamente, tudo de santo, de honesto, que o coração conserva, será destruído.
Mas se a calamidade que desabou, minando a juventude, retirando  pudor e dignidade à mulher, persiste, é devido aos crentes envergonharem-se de a rebater; e não a rebatem, porque se encontram desunidos e amam mais os homens que a Deus.
Urgente é levar Cristo aos cristãos. Urgente é sair a terreiro, pelejar os desacertos que querem impingir, em nome da liberdade e direitos da mulher. È urgente levantar bem alto, em unicíssimo, a voz contra os atentados à dignidade humana.
Está na hora dos crentes, que o são: professores, artistas, escritores, jornalistas, políticos, se unirem e clamarem bem alto: BASTA!
Basta de ter medo! Basta o receio de ser diferente! Basta de ser duplo: cristão no templo, no resguardo da comunidade, e agnóstico no mundo! Basta de ter medo dos que querem destruir os nobres valores do nosso povo!
Basta!

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