sábado, 17 de setembro de 2011

S. O. S. - TRAGADO PELA ILUSÃO

(para um pai chamado José)

Por Manoel Ianzer

você nasceu nos anos noventa
parece que foi ontem
veio para minha alegria
minha realização
e para ser o meu segmento

tronou-se um homem

na minha correria
não percebi
o seu crescimento
pouco me envolvi
no seu desenvolvimento

imaginei o seu sucesso
você determinou
o seu insucesso

tudo foi tão rápido
e sorrateiro
levei uma rasteira
senti a dor da desilusão
e o amargor da minha alma

depois que provou a droga
pela primeira vez
sentiu-se realizado
sem medo
de ser infeliz

com satisfação
jogou-se de corpo inteiro
pelo prazer
da fascinação do agito
do barulho
e do estrago
que fez a si mesmo
e aos que estavam a sua volta

a sua vontade era pura
beleza
sentia enorme alucinação
que o tornava
mais dependente

você escapava das minhas
mãos
escorregando como um peixe
simulado
jogando fora a ajuda
do seu amado pai
que era o seu respaldo
a sua degurança
o seu suporte

traiu o seu único amigo
fui tragado pela ilusão

tudo ficou curto
a grana
a paz
e aquele sentimento
de alegria
foi desmoronando
virando escuras mágoas
e refinado fel

não foi fiel aos princípios

os seus gastos
um rombo
um estouro
um tombo
me derrubou financeiramente

os seus gestos
um estrondo
a sua mente
um assombro
me arrasou sentimentalmente

portas trancadas
caminhos fechados

sem calor humano

saudade da sua infância
que vontade de te abraçar

tive minhas falhas
meus erros
mas nunca deixei de amá-lo

enquanto sonhava
para o seu bem
você navegava
para o seu mal

alucinado pelas farras
de entorpecentes
continuava com os seus
deslizes e subtrações

te procurei dia e noite

não reagiu
faltou dignidade
faltou caráter

usou maconha
colheu vergonha

comprou erva
vendeu merda

sofri...
...sofri
MUITO

quase não aguentei
esse tormento cruel
que abalou minha base
minha estrutura
fui derrotado
e por pouco não sucumbi

S.O.S.

acabou
pelos desvios da vida
em desvairados
caminhos de delírios

chorei...
...chorei
MUITO

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

OBSÉQUIO

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Obsequio o soneto: digo em versos,
o muro erguido em tijolos diversos
guarda espaços inatingíveis, empilha
frutos ao relento. Recubro o soneto em ventos
soprados na expressão do verbo. Realizo
em sons o tormento do mar sobre as pedras.
Sobre as pedras ergo o muro: tijolo
resultante do cozimento do barro; início
cristalizado separa mundos: declamo
obsequioso o soneto. Silencio
paredes e portas em adjetivos.

domingo, 11 de setembro de 2011

SECA INCANDESCENTE

Por Sandra Fayad

Choro por ti, rastejante Tamanduá!
Queimado vivo sob os olhos do Poder.
Choro por ti , pequeno Preá!
Não tiveste chance de amanhecer.
Choro por ti, dourada mãe Sabiá!
Sem asas para teus filhotes acolher.
Choro por ti, esperto Lobo Guará!
Sem Lobeira, não podes sobreviver.

Choro por ti, Ipê roxo... rosa...verde... amarelo...
Faixas de luto na minha bandeira ambiental.
Choro por ti, Pau d’alho... Pau terra...Marmelo...
Soldados feridos, combalidos, tombados.
Choro por ti, Buriti... Pequi... Murici...
Óleo negro, incandescente, chamuscado.

Minhas lágrimas – gel petrificado;
Meu ar - fuligem da grande chaminé;
Meu consolo – respirares o mesmo ar;
Minha vingança - saber-te intoxicado.

Quem sabe agora te mexes, “Consommé”?
Quem sabe proteges o cerrado?

(Visite a página da poetisa Sandra Fayad:http://sandrafayad.prosaeverso.net)

sábado, 10 de setembro de 2011

Foto Casa Vania

 
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Foto Pedro

 
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HOJE ACORDEI RECORDANDO...

Por Vânia Moreira Diniz

 
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Hoje acordei propensa às reminiscências. Sentindo vontade de percorrer o quintal da minha casa na Rua Barata Ribeiro em Copacabana, onde na infância eu apostava corridas, tentando um campeonato de patins com minhas amigas e caindo da gangorra enquanto meu irmão pulava antes do tempo.
A bola não parava levando-se em conta que nessa época minhas irmãs não haviam nascido, os da minha idade eram apenas homens e eu gostava de disputá-la com eles , deixando muitas vezes que ela caísse na vizinha que não estava disposta a participar das brincadeiras e imediatamente fazia queixas à minha mãe.
Quando estava cansada de brincar com meus irmãos ou primos corria para dentro de casa e sentada no escritório de meu pai, procurava livros naquela biblioteca imensa e acabava descobrindo um mundo que sempre adorei,imergindo nas páginas que me deixava concentrada , esquecendo por vezes os deveres da escola. Ler era meu mundo encantado e esquecia tudo que me cercava para fazer parte do conteúdo dos livros que eu curtia compulsivamente.
Escrevia com prazer imenso em qualquer momento da minha vida. E deixava que as palavras saíssem sem censuras espargindo meu coração que precisava transmitir com veemência. Parecia que eu só tomava consciência do que escrevera algum tempo depois de concluir o texto e aí sim, entendia o que quisera dizer.
Quando estava entediada ou queria ficar sozinha ia até à praia que era pertinho da minha casa e deixava que meus pés ou meu corpo fossem molhados pelas ondas brancas e nem sempre mansas. Falava com o mar, contava meus desejos e sonhava inexplicavelmente com o infinito que se me apresentava inatingíveis .como as faixas coloridas do horizonte e sabendo da impossibilidade de alcançá-las deixava que o sol queimasse devagarzinho minha pele clara.
Muitas vezes alguém da minha casa vinha me buscar sabedoras desse passeio quase constante nos dias de sol intenso. O mar, a areia clara, e o horizonte distante sempre foram as mais encantadoras formas de poder transmitir minhas emoções. E continua a ser , só que parece-me que esse mesmo horizonte está mais perto e sinto-o como algo que se aproximou em dias subseqüentes em que aprendi a conhecer a vida e a forma de procurar sobrepujar os obstáculos. Será isso que nos faz mais compreensivos em relação à passagem do tempo?
Quando eu tinha dez anos soube que minha mãe esperava outra criança e tive certeza que seria uma menina. Estava cansada de compartilhar as brincadeiras de cinco irmãos sempre em discussão constante e sentia necessidade de olhar e amar uma irmãzinha e foi o que aconteceu. Nasceu uma mulher e fiquei entusiasmada com o rosto delicado e bonito amei-a instantaneamente , compreendi mesmo ainda muito cedo a necessidade de defendê-la levando em conta que era mais frágil do que eu. Em seguida nasceu outra menina que também foi algo muito importante para mim, mas Cristina e eu estávamos sempre juntas e apesar da diferença de idade nos compreendíamos muito. Até hoje estamos profundamente ligadas e somos confidentes inseparáveis.
Ainda revejo os tempos de criança há muitos anos quando olhava deitada num canto do jardim minhas estrelas brilhantes algumas das quais eu e meu irmão mais velho nomeávamos à noite nos dias de verão
O colégio Sacré Coeur de Marie onde estudei, foi algo que marcou tanto que até hoje me revejo e jamais poderei deixar de lembrar cada dia que passei lá. E olhe que foi um longo período desde muito pequenina.
O tempo passou, tive uma adolescência conturbada, mas o que me incentivou profundamente foram as lições que aprendi nesse caminho e a certeza que a única forma de sermos realmente felizes é saber estender a mão sempre e entender que por vezes as coisas que nos perturbam nos fazem compreender a vida , ser feliz e desenvolver um amadurecimento sadio e compreensivo.

PERFIL: PEDRO SILVA (PORTUGAL)

 
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Por Paccelli José Maracci Zahler

A Revista Cerrado Cultural inaugura a coluna PERFIL entrevistando o escritor português Pedro Silva, autor de mais de cinquenta livros publicados em Portugal, Brasil, Espanha e Chile, abrangendo diversas áreas como o ensaio histórico a ficção, o conto e o roteiro turístico.
Pedro Silva, 34 anos, reside na cidade de Tomar, Portugal.

1)Onde nasceu Pedro Silva, onde vive atualmente, qual a sua formação e sua ocupação principal?

Nasci na cidade templária de Tomar (Portugal), onde ainda hoje resido. Neste momento, a minha ocupação principal é a escrita.

2)Como foi o seu início na Literatura?

O meu início na literatura aconteceu quando eu tinha apenas cinco anos, ou seja, quando aprendi a escrever. Já na altura, tive mais força de vontade para aprender a arte da escrita, pois queria muito redigir pequenos textos, o que veio a acontecer.

3)Alguns escritores o influenciaram? Quais?

Na minha geração é normal que a influência seja europeia, no caso Enid Blyton (infância), Sue Townsend (adolescência) e Franz Kafka (fase adulta).

4)O senhor segue uma rotina diária para escrever?

No meu caso, não sigo uma rotina de escrita, até porque, paralelamente, desenvolvo outras atividades dentro da área da escrita (como cronista ou consultor literário), assim como fora desta área (parte acadêmica, por exemplo). Mas, sempre que estou embrenhado num projeto literário, todas as oportunidades são passadas de volta do original.

5)O que costuma fazer em suas horas livres?

Para além do (inevitável) tempo passado a ler (por distração, ficção e por razões profissionais, ensaio), também aprecio sobremaneira passear (no caso, visitar os múltiplos monumentos históricos do meu país) e, claro, assistir a uma boa partida de futebol.

6)Como o senhor se autodefine?

Em termos profissionais/literários, considero-me um Escritor e Historiador, que são as minhas principais competências.

7)Fale-nos sobre sua obra e sobre a receptividade dela entre editores e leitores.

Independentemente do fato de ter publicado mais de cinquenta livros em onze anos de atividade literária, a grande verdade é que continuo a ser um autor medianamente conhecido, até porque a minha área (ensaio histórico) não permite grandes destaques na mídia. Felizmente, e apesar desse silêncio da grande imprensa sobre a minha pessoa literária, tenho granjeado amizades junto de leitores e editores.

8)Grande parte de sua obra trata de estudos sobre a Ordem dos Templários. De onde surgiu o interesse sobre o tema? Foi de alguma iniciação mística?

Na verdade, a resposta sobre o interesse pelos Templários surge pela minha cidade-natal, no caso Tomar, que foi a principal sede da Ordem em Portugal.

9) Rapidinhas:

a) Um livro: “A Metamorfose”

b) Um autor: Franz Kafka

c) Um ator: Ruy de Carvalho (Portugal)

d) Uma atriz: Fernanda Montenegro (Brasil)

e) Um filme: Os Pássaros (Alfred Hitchcok)

f) Um cantor: Brett Anderson (Suede)

g) Uma cantora: Teresa Salgueiro (ex-Madredeus)

h) Uma canção: Next Life (Suede)

i) Um dia especial: Qualquer um, desde que na companhia dos meus entes queridos.

j) Um desejo: Ser feliz, em saúde, na companhia dos meus, e poder escrever muitos livros. Sim, é mais do que um desejo!

10)Quais seus próximos projetos literários?

Pretendo, a médio prazo, criar um novo ensaio histórico na temática Idade Média. Encontro-me, atualmente, na fase inicial, momento de pesquisa e análise dos dados para depois partir para a redação propriamente dita.

A Revista Cerrado Cultural manifesta seu agradecimento pela entrevista.

Uma amostra da bibliografia do escritor Pedro Silva:

-"Ordem do Templo: Em Nome da Fé Cristã" (Ulmeiro, Portugal, 2000)
- "História e Mistérios dos Templários" 2ª Edição Esgotada (Ediouro, Brasil, 2001)
- "Escritos Errantes (histórias leves como o vento mas tocantes como a tempestade)" (Senso, Portugal, 2002)
- "Ku Klux Klan: Pesadelo Branco" (Magno, Portugal, 2003)
- "Tripla Imparável I: Juventude em Acção" (Magno, Portugal, 2005)
- "Os Templários e o Brasil" (Flâmula, Brasil, 2005)
- "Templários em Portugal (a verdadeira história)" (Ícone, Brasil, 2005)
- "Templários (Ordem Militar e Religiosa)" (Catedral das Letras, Brasil, 2005)
- "Confraria Mística Brasileira: a História" (Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Brasil, 2005)
- "Símbolos e Mitos Templários" (Centauro Editora, Brasil, 2006)
- "Roteiro Místico de Portugal" (Editora Leitura, Brasil, 2006)
- "Mistérios da Humanidade" (Editora Via Occidentalis, Portugal, 2006)
- "O Sol de Rita" (Corpos Editora, Portugal, 2006)
- "Os Grandes Mistérios da Humanidade" (Editora Axcel Books, Brasil, 2006)
- "Assassini - uma Seita Esotérica" (Via Occidentalis, Portugal, 2006)
- "História dos Lusitanos" (Editora Prefácio, Portugal, 2006)
- "Assassinos" (Pulso Editorial, Brasil, 2006)
- "A vida portuguesa como ela é" (Matrix Editora, Brasil, 2006)
- "Romance na Net - Conectando emoções" (Idea Editora, Brasil, 2006)
- "Já Passou" (Corpos Editora, Portugal, 2006)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MEDITAÇÃO II


Por Paccelli José Maracci Zahler

Eu me afastei de Ti,
Talvez tenha pensado
Que podia tudo
Como Tu.

Sofro tanto...

Minha solidão aumenta a cada dia
Amigos foram-se embora
Minha Fé se perdeu
Eu me perdi

Não tenho identidade.

Quem sou sem a Tua mão me amparando?

RECOBRAR

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Recobro a razão aos tantos anos
deixo de lado o esbulho
trabalhoso dos horários
e me solto em meses
antes naufragados.
Retorno ao horizonte
observável das promessas.
Abdico do direito
de ser a sociedade
concentrada em gestos.
Palmilho espaços descompassados
e me aproprio do caminho.
Devolvo cada pedra ao desenho anterior.

domingo, 4 de setembro de 2011

HORIZONTE

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Ter ficado fechado não me fez ausente.
Amante e amado recobro o inconsentido
da partida. Barco ancorado, desço
à terra e afirmo os pés sobre a areia.
Arenosa forma de ser seduzido ao encontro
da mulher transitada em imóveis pernas.

Apelo ao vão da porta onde trancafio
espias. Na apologia remanescente
sinto o encadear dos sinos desabalados.
Não saio de mim: resisto à voz metálica
dos avisos. Avisto o barco derivado
em águas inauditas.

Encerro o texto e retorno ao convívio.
Ao escurecer o galo cessa a cantoria.

TRAJETOS

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

O dinheiro na carteira
exponencia o uso
do poder. A utilização
da vaidade. A raiva
concentrada reúne
a oposição deixada
ao relento. O dinheiro no bolso
consome distâncias e ilusoriamente
engana a certeza do trajeto.

Cordel para Ariano Suassuna


(80 anos do mestre de o Auto da Compadecida...)


Por Gustavo Dourado



Ariano Villar Suassuna :

Em João Pessoa nasceu...

Nossa Senhora das Neves:

A sua bênção lhe deu...

Filho de João Suassuna :

Dona Cássia o concebeu...



Dia 16 de junho:

1927, o ano...

Por graça da divindade:

Veio ao mundo Ariano...

Brasileiro por excelência:

Nascido paraibano...



Colégio Americano Batista:

Ginásio Pernambucano...

Colégio Oswaldo Cruz:

Formadores de Ariano...

O Castigo da Soberba:

Flui poeta soberano...



Cabras e iluminuras:

Movimento teatral...

Secretário de Cultura:

Alquimista romançal...

Ariano hierofante:

Nosso guia cultural...



8 décadas de Ariano :

Quintessência social...

Por justiça e liberdade:

Sua arte é vital...

Ariano é um luzeiro:

Da cultura nacional...



Cultura Popular Brasileira:

Movimento Armorial...

Estética e erudição:

Sapiência cultural...

Mamulengo e Cordel:

Ariano é sem-igual...



Parceria com Capiba:

E com Ascenso Ferreira...

Inspirou-se no Cordel:

E na cultura brasileira...

Com Hermilo Borba Filho:

Fez teatro de primeira...



O Homem da Vaca e O Poder da Fortuna:

Infância em Paulista e Taperoá...

Fazenda Acauhan(Sousa) ...Fazenda Saco:

Mágica Pedra do Ingá...

As Conchambranças de Quaderna:

"Cante lá que eu canto cá"...



O Casamento Suspeitoso:

Departamento de Extensão Cultural...

Universidade Federal de Pernambuco:

Verve educacional...

Conselheiro Federal de Cultura:

Presença fundamental...



Romance d´A Pedra do Reino:

Prêmio Nacional de Ficção...

Ao Sol da Onça Caetana:

O Sedutor do Sertão...

As Infâncias de Quaderna:

Torturas de um Coração...



A História de Amor de Fernando e Isaura:

A Caseira e a Catarina...

A Onça Castanha e a Ilha Brasil:

Luz cultura nordestina...

O Santo e a Porca...A Pena e a Lei:

Suassuna nos ensina...



O Desertor de Princesa:

Cantam as Harpas de Sião...

Noturno no Jornal do Commercio:

Arte, poesia, emoção...

Uma Mulher Vestida de Sol:

João Grilo, Chicó, Cancão...



O Auto da Compadecida:

O Rico Avarento, O Arco Desolado...

A Farsa da Boa Preguiça:

Os Homens de Barro...O Rei Degolado...

Auto de João da Cruz:

Zélia Villar ao seu lado...



Do Clássico ao Popular:

De Cervantes ao Cordel...

Euclides da Cunha e Dante:

De jogral a menestrel...

Shakespeare e Dostoiévski:

Gil Vicente e Rafael...



Pela poesia começou:

No conto é experiente...

O teatro é sua glória:

No romance é sapiente...

Teatro dos Estudantes:

A voz do povo presente...



Aleijadinho e Leonardo Mota:

Unamuno e Conselheiro...

Eça, Gautier, Villa-Lobos:

Mamulengo presepeiro...

Romance e cantoria:

Ariano é candeeiro...



Saga e labirinto:

De um reino encantado...

Misticismo e chacina:

O segredo desvelado ...

Canudos, Cariri-Pajeú:

Deus-diabo lado-a-lado...



Viagens e Utopias:

Romance e Xilogravura...

TV e Nacionalismo:

Gráfico...Transluminura...

Pensamento do Sertão:

Mitos da Literatura...



Paródia e picaresco:

Caleidoscópio, alquimagia...

Fábula, arte-carnaval:

Armorial fantasia...

Taperoá é Macondo:

Em noites de aleivosia...



Quinto Império do Brasil:

Vôo de Dom Sebastião...

Pedra Bonita do Reino:

Vai-e-volta no Sertão...

Epicomicidade, teatro:

Artê e cosmovisão...



Rapaz do Cavalo Branco:

Seca o Reino Literário...

Nos castelos da poesia:

Som do Perpétuo Lunário...

Universol sertanejo:

Que transcende o dicionário...



Erotismo, tragicomédia:

Sátira e epopéia...

Maravilha e magismo...

Artesanato, panacéia...

Dom Quixote no Sertão:

Suassuna em Paidéia...



Os Clássicos sempre presentes:

Plauto, Molière, Machado...

Gógol, Melville, Goldoni:

Camões, O Livro Sagrado...

Prosa, poesia e gravura:

Ariano iluminado...



Tolstói e Thomas Mann:
Hesse, Lorca e Apuleio...

O Mestre Gregório de Matos:

Pesquiso, vejo e folheio...

Calderon, Lope da Vega:

Com Ariano no meio....



Dez versos de sete sílabas:

Teatro Santa Isabel...

Cantadores - repentistas:

Lumiverso do Cordel....

João Urbano Pessoa Suassuna:

Infância do Menestrel...



Poeta Albano Cervonegro:

Rita de Cássia Villar...

Lampião imperador:

A caatinga é o seu lar...

Dom Ariano Suassuna :

Fidalgo do Além-Mar...



A morte do touro Mão de Pau:

Sacrifício, assassinato...

Desencanto, simbiose:

A aventura no mato...

Na Fazenda Acauhan:

Pinta o auto-retrato...



Sangue, riso, angústia, sonho:

Matéria da humanidade...

Rebelião e anseio:

Morte e deformidade...

Vida cósmica transcendência:

Busca da imortalidade...



Os caminhos do destino:

Fé, religiosidade...

Crença e Simbolismo:

Ética, inconformidade...

Esperança, dor, desejo:

A irreversibilidade...



Cultura popular nordestina:

Repente, xote, baião...

Zumbi dos Palmares, Canudos...

As formas da Tradição...

Em São José do Belmonte:

El Rei Dom Sebastião...



Na estética da escrita:

Cordela por opção:

Cordeluz verso reverso:

Universa a criação...

Aula-espetáculo na vida:

Apocalipse no Sertão...



Cristo, Maria, José :

Lucas, Marcos, Saulo, João...

Foi Pedro e quase-Mateus:

São Francisco no Sertão...

O nome Santo Ariano:

Não livrou da inundação...



Ariano romancista:

Poeta e professor...

Dramaturgo e filósofo:

Luminoso pensador...

Cultivador da estética:

Universer criator...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Zé[s] (documentário, 2010, 15 min)



Zé[s]

Gênero: Documentário

Diretor: Piu Gomes

Elenco: Eliana Carneiro, Zé Celso, Zé Perdiz

Ano: 2010
Duração: 15 min
Cor: Colorido
Bitola: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: RJ

Uma coincidência cósmico-semântica. Zé, Teatro, Oficina. Zé Celso Martinez Corrêa, diretor do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, de São Paulo. Zé Perdiz, mecânico de Brasília cuja oficina se transforma em teatro. Vidas paralelas. Encontro cinematográfico.

Ficha Técnica

Produção Kátia Oliva, Luiz Antônio Gomes Fotografia Dizo dal Moro Roteiro Luiz da Silva Som Direto Acácio Campos Direção de Arte Pedro Daldegan Edição de som Dirceu Lustosa Produção Executiva Kátia Oliva, Luiz Antônio Gomes Montagem Piu Gomes

Prêmios

Menção Honrosa no Cine PE 2010
Melhor Documentário no Festival de Brasília 2010
Melhor Som no Curta Canoa 2010
Melhor Curta - Júri Popular no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010
Melhor Documentário no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010
Prêmio Aquisição Porta Curtas no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2010

Festivais

Festival do Rio 2010
Goiânia Mostra Curtas 2010
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2010
CineFest Votorantim 2010
Curta-se: Festival de Curtas-Metragens de Sergipe 2010
Fenart - Festival Nacional de Artes da Paraíba 2010
Festival Amadis du Film 2010
Goiânia em Cena - Festival Internacional de Teatro de Goiânia 2010
Mostra Cinema Conquista 2010
Mostra Outros Cinemas 2010

RESPONDER

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

 

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DOCE CONDENAÇÃO (A VIDA)


Por Ridamar Batista

Já fui moca, manca, gaga
já andei descalça, sem calças, sem graça
conectada e desconexa
aries, leão e sagitário
já fui até peixes, que tormento
um pouco homem carregando peso
mulher carregando barriga
já fui até miss
bonita, menina-moça
cheirando a flores de laranja rosa
já fui leprosa, andrajos rotos
já atravessei os mares e as marés
já me cortaram os pés
tudo isso envolta neste mesmo traje
a carne, o corpo o sopro
de Deus!

POR QUÊ?


Por Maria Moraes Miranda (1921-2010)

Por que tanta gente violenta e pertinaz
anda a provocar desordem e confusão,
se a vida é muito melhor pra quem é de paz
pra quem vive com fé e amor no coração?

Por que buscar a Verdade - luz eficaz
que ilumina o caminho da libertação –
responsável ao tomar decisão audaz
rejeitando o erro sem discriminação?

Por que tantos ricos com ambição tenaz
ignoram pobres morrendo de inanição,
e no combate à miséria pouco se faz?

Porque o Homem - obra Suprema da Criação -
Feito pra glória de Deus, pra viver em paz,
Ganhou do Criador a liberdade de opção.



(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)







MEDITAÇÃO I

Por Paccelli José Maracci Zahler


Creio ter me esquecido de Ti.
Tentei viver a vida do meu modo,
Fazer as coisas do meu jeito
E fracassei.

Hoje, volto meus olhos para Ti
Em busca de socorro.

Quase perco a esperança...

Tanto trabalho, sonhos,
Planos, anos,
Tudo desperdiçado.

Tenho me esforçado
Em fazer o melhor...

De que adianta tudo isso
Longe de Ti?

(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)

CORDEL DO ANO NOVO


Por Gustavo Dourado

Festival do Ano-Novo
Desde a antiguidade...
Na velha Mesopotâmia:
Foi grande festividade...
Nos meus tempos de criança:
Festejei a novidade...


2.000 a.C:
Começou o Festival...
Na antiga Babilônia:
Foi festa primordial...
Equinócio da primavera:
Lua Nova magistral...


Festejava-se em março:
Era festa de primeira...
O povo aproveitava:
Sacudia a pasmaceira...
Saudava o Sol nascente:
Depois da noite festeira...


A 23 de setembro:
Ano-Novo celebrado...
Pérsia, Assíria, Fenícia:
No Egito... Sol adorado...
Na Grécia em dezembro:
Era bem comemorado...


Na Roma antiga o festejo:
No mês de março era dado...
Depois passou a janeiro:
Por ser Jano cultuado...
Há muito tempo o Ano-Novo:
Pelo povo é celebrado...


Em 153 a.C:
O ano-novo romano...
A festa consolidou-se:
No calendário juliano...
Dia 1º de janeiro:
Calendar gregoriano.


Em 25 de Março:
Era o ano festejado...
Chegava a primavera:
No mundo do outro lado
Até 1º de Abril:
Novo ano cultuado...


Gregório XIII instituiu:
O 1º de Janeiro...
Hoje é comemorado:
No Ocidente inteiro...
Até mesmo no Oriente:
Já é ato costumeiro...


Mudou-se o calendário:
O povo festeja a mil...
Resquício da tradição:
O 1º de Abril...
É o Dia da Mentira:
Na Europa e no Brasil...


Na noite de São Silvestre:
O povo fica acordado...
Para a virada do ano;
É preciso estar ligado...
Nessa noite não se dorme:
É costume consagrado...


O Ano Novo chinês:
É móvel no calendário...
Em janeiro ou fevereiro:
Li no Perpétuo Lunário...
Luzes...Pirotecnia:
Fluem do vocabulário...


A 19 de março:
Do calendário atual...
Ano-Novo esotérico:
De cunho espiritual...
Resgata a tradição:
Do tempo imemorial...


Hégira... Rosh Hashaná:
Buda...Moisés...Maomé...
Cristo Jesus em Belém:
Menino de Nazaré...
Harmonia para Gaza:
Menos bomba, mais café...


Pé de porco e lentilha:
Gritar, correr e dançar...
Bombons, balas e doces:
Festejos a beira mar...
Oferendas para os santos:
Fogos explodem no ar...


Pra você tudo de bom:
Saúde...Felicidade...
Novo ano de harmonia:
Luz...Solidariedade...
Paz...Amor e Alegria:
Sucesso...Fraternidade...


Espantem os maus espíritos:
Chega de insanidade...
Viva-se a comunhão:
Basta à barbaridade...
É hora de união:
Paz, amor e liberdade...


Fogos e oferendas:
E gritos de alegria...
Chega de guerra e terror:
Fome, ódio, hipocrisia...
Paz e amor para todos:
Saúde e sabedoria...


Belos fogos de artifício,
Abraços e buzinada...
Sonhos e esperança:
Nossa alma renovada...
Pelo fim da violência:
Paz e amor na jornada...


Abraçe, beije, comemore:
Faça a renovação...
Troque a roupa,os lençóis:
Alivie a tensão...
Sorria e se ilumine:
Faça uma boa ação...


10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1:
A contagem regressiva...
Um adeus ao ano velho:
Viva a vida progressiva...
Sem guerras e tormentos:
Consciência reflexiva...


Um Ano-Novo de luz:
O novo sol vai brilhar...
Que tudo se concretize:
Possa tudo melhorar
Multiverse o dia-a-dia:
O novo ano vai raiar...


Feliz Ano-Novo...


(Visite a página de Gustavo Dourado http://www.gustavodourado.com.br )


(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)


O PODEROSO AMOR


Por Vânia Moreira Diniz

Falar de amor apesar de ser um tema universalmente vivido, discutido, enunciado é complexo e extremamente difícil. E isso porque esse sentimento engloba diversas categorias. Poderemos falar do amor universal então. Que carrega todas as espécies do verdadeiro amor.
Nascemos de um ato de amor, crescemos e nos desenvolvemos vendo falar dele diariamente e para muitos isso pode ter parecido quase uma rotina.
Sabemos, entretanto que jamais e em tempo algum esse amor sentido, capaz de doações e carinho poderá ser confundido com uma rotina. Ao contrário, ele é inovador, vibrante e intenso. Quando abrigado ao calor do verdadeiro sentimento ou aquecido pela fagulha de um afeto profundo é capaz de dedicação e gestos até incompreensíveis. Nada é mais rico do que o autêntico amor.
Muitas vezes, porém é confundido, vilipendiado e mal compreendido. Em ocasiões inúmeras, usadas como mero artefato para sobrepujar o amor próprio (fruto do egoísmo) que se impõe altivo exigindo em sua mesquinha compleição que todos ao redor o proclamem verdadeiro senhor.
Todas as formas desse sentimento maravilhoso são tocadas de estranho e poderoso magnetismo positivo. Ele estimula, eleva e dá forças àquele que está enfraquecido por qualquer razão. Faz com que as pessoas tenham uma motivação e lenitivo para se sentirem felizes e autenticamente realizadas. Isso porque quem ama e é amado adquire uma maior força perante a vida.
Há, todavia diversas formas de amor e a maioria delas pela suas próprias características exigem reciprocidade. Uma reciprocidade sadia. Sem isso não há amor, apenas uma fixação.
A única exceção é o amor de pais para filhos e principalmente da mãe.Esse é um tipo de sentimento tão excepcionalmente profundo e oriundo da verdadeira doação que independe de como os filhos possam reagir.
O que quero enfatizar agora me referindo ao amor romântico e tão cantado é a vértice de fascinação que o encobre seja qual for o ângulo em que nos posicionemos. Analisá-lo seria difícil demais levando em conta que acabaríamos por pesquisá-lo nos mínimos detalhes. E não é isso que me proponho agora. O que desejo realçar é a fantasia também muita importante dentro do próprio sentimento que faz com que duas pessoas se sintam atraídas e totalmente deslumbradas por alguém e não lhe atribua os defeitos inerentes e naturais.
Sem isso os sonhos tão importantes no desenrolar de uma relação romântica não existiriam e ruiriam levando com eles esperanças e ideais tão necessários à própria vida.
Em meio às solicitações profissionais, aos deveres inadiáveis, ao sucesso em qualquer campo da vida e a todas às solicitações tão importantes e mensuráveis esse lado vamos dizer lúdico se impõe de uma maneira absolutamente primordial. Sem ele não teríamos a nutrição do espírito e não seríamos devidamente alimentados para conduzir o lado objetivo da existência.
Mas agora quero falar de um aspecto misto de doçura e fortaleza que faz de nossa caminhada um objetivo e uma necessidade. O amor humano pelos semelhantes, por quem está ao nosso lado ou mesmo distante por imposições geográficas e físicas. A quem precisamos amar ofertando um pouco de nós mesmos. Isso não fará bem somente a quem recebe, mas certamente e muito a quem oferta. É necessário quase como um ato de egoísmo. Egoísmo positivo e indispensável.
Um olhar de amizade, um sorriso de compreensão, um gesto ameno, uma expressão suave poderá ajudar a quem está atravessando um momento difícil como nos socorrer se isso nos for doado em um percalço inesperado e por vezes conflitante.
E uma palavra, uma idéia, um pensamento; que poder de sedução humana e necessária! A sedução que faz com que pessoas desesperadas ainda possam voltar à vida e vivê-la com a intensidade que sempre sonharam, olhos abertos, mentes positivas e alertas e a esperança que sempre deverá brilhar em qualquer caminhada.
Isso sem falar do amor do amigo que anseia para que o outro seja feliz, estimulando-o na hora certa e consciente de seu carinho necessário. O que une as pessoas independentes de sangue ou pátria é o amor e na amizade temos esse divino recurso: Podemos escolher.
Para cada tipo de amor existem demasiadas formas de sentir e nos transportarmos que se fôssemos pensar nisso talvez não houvesse tempo para a adversidade maior que a vida pode impor a alguém que é qualquer tipo de mágoa nociva. Ela aniquila, devasta e torna as pessoas frágeis e enfraquecidas. E o amor se imporá sempre vitorioso porque muito mais denso fantástico e dominador. O outro lado sempre existirá em nosso planeta para que possamos sentir o poder do verdadeiro amor: Magnânimo, irresistível, fascinante e desesperadamente poderoso.

(Visite o Portal Vânia Diniz http://www.vaniadiniz.pro.br )

(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)

DUAS CHUVAS/TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA


Por Cassiane Schmidt

Chovem duas chuvas:

Uma de água e outra de lágrimas
Uma de água e outra de lama
Uma de água e outra de casas
Chuvas que deixam crianças sem cama

Chovem duas chuvas:

Uma de água e outra de fome
Uma de água e outra de azar
Uma de água e outra sem nome
Chuvas que levam em suas águas a paz

Chuvas de desespero, de tristeza
Chuvas de solidão
Chuvas em cima da mesa
Terra no lugar do pão

Esta chuva que não cessa
Deixando tantos ao léu
Pedidos, súplicas e promessas
Olhares aflitos esperam a ajuda do céu

Corpos engolidos pela terra
Sem tempo de se despedir
Avalanches invadem sem espera
Vidas convidadas a partir

No olhar da menina passeia uma lágrima
A chuva insolente beija-lhe a face
Pezinhos descalços no chão de lástimas
Na inocência das crianças a esperança nasce

Chega de tanta chuva!
Que reine o sol e a luz
A fé do povo se curva
Aos pés da santa cruz!


Deus!
Há muito sofrimento nestas paragens
Lança sobre os desabrigados a tua proteção
Dá para Teus filhos a coragem
Que encontrem na tristeza
A fortaleza da oração


Deus!

E aqueles que se foram
Levados pela terra e pela água
Segura-os em Tuas mãos
Que tenham no céu uma morada
E a paz eterna reine em cada coração

E para aqueles que ficaram
Muita força e coragem
Aqui por onde as águas passaram
As terras desmoronaram
A fé, agora pede passagem!


(Visite a página Encanto das Letras, http://cassianeschmidt.blogspot.com )

(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)

SONHO DE NATAL


Por Cassiane Schmidt

Brilha a lua no negro céu
Crianças tecem pedidos
Esperam o Papai Noel
Anjos pela inocência rendidos

Quero um presente neste Natal
A paz e a alegria para todas as crianças
Fadas madrinhas dissipando o mal
Casas enfeitadas de esperança

Que Deus proteja as crianças
Atenda a todos os pedidos
Que a fé seja a herança
Escriturada nos corações adormecidos

Cartinhas de natal há em toda parte
Sonhos em letrinhas depositadas em papéis
A caridade é a maior obra de arte
Sejamos todos papais-noéis

Adotar um sonho é sublime missão
Antidoto contra a maldade
Jesus nascendo em cada coração
Revela a verdadeira irmandade

No céu de natal uma estrela brilha
O sorriso no lábio da criança nasce
A paz semeada nas famílias
Deus revela em nós a sua face

Crianças felizes na terra
Celebram um mundo ideal
O amor no coração impera
Tenhamos todos, um Feliz Natal!

(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)

NOSTALGIA


Por Roberley Antonio

Faz tempo que não escrevo
Nem mesmo um simples bilhete
Para perguntar como vai o dia
Ou o que tem feito da vida

Descobri que tem coisas mais importantes
Como olhar para o céu,
Contar estrelas
Ou imitar o sorriso de uma criança

O melhor de tudo é que,
Pelo breve momento em que reflito,
Sei que estás bem, sua vida está tranquila,
Sou feliz e tenho esperança em dias melhores

E neste breve momento,
Sei que és tudo o que preciso
E que aqueles nossos belos dias
Serão sempre motivos da mais saudável nostalgia.

Sobre o autor:

Roberley Antonio descobriu na literatura não uma fuga da realidade, mas um refúgio para vivê-la da melhor forma possível, plena e única.Publicou seu primeiro livro em 1998, Dez Anos Escuros - Ficção Científica.Em 2001, publicou o livro de contos Ao Cair a Noite, em papel e na versão eletrônica.
Depois de alguns outros trabalhos, chegou ao seu primeiro romance, Memento Mori - Lembra-te que morrerás, ainda no prelo.Atualmente divide o tempo como Analista de Produto em uma empresa de telecomunicações e escritor, no mundo literário. Mantém o site http://www.mementomori.com.br.

(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS


Por Roberley Antonio

Gostaria de não mais precisar escolher
A direção e o sentido da minha vida
Ou mesmo lidar diretamente com meus sentimentos
Que, de tão complexo, tornam-se indecifráveis

Queria que as coisas simplesmente acontecessem
Como se o bater de asas de uma borboleta
Pudesse mudar o rumo de minha história
De onde sou um mero personagem coadjuvante

Às vezes me sinto só
E é nesta solidão que a vida se revela
Misteriosa e imprevisível
Utopicamente, sempre aguardando uma decisão

E eu só não queria precisar decidir
Mas, encontrar um gabarito
Que me traga uma vida simples,
E não mais enxugar as lágrimas todos os dias

Resignado, eu escolhi até mesmo
Escrever esta pequena poesia
Na intenção de que minhas escolhas
Sejam, no futuro, alvos de minhas alegrias



(Publicado na Revista Cerrado Cultural nº 01/2009)