quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AMBIGUIDADE

Por Delasnieve Daspet (Campo Grande, MS)

Sou!
Sou um mundo em miniatura,
Microscópica na aparência,
Ciclópica nos sonhos.
Sou!
Sou herdeira da luz infinita,
Do amor,
Da maldade,
Da amizade,
Da inveja.

Sou!
Sou heroína,
Sou bandida,
Sou perdedora,
Sou vencedora planetária.

Tivergeso
Por isso sou!
Sou pranto,
Sou riso,
Delínquo...
Sou bondade.

Sou ventura,
Sou radiosa,
Sou força,
Sou vacilante,
Sou propensa ao mal. ..
Sou fatuidade.

Sou vento que açoita,
Sou a flor que se abre,
Sou o útero que abriga.
Sou a noite negra das trevas,
Sou o luar que ilumina.

Sou a estagnação,
Sou o poder,
Sou a inércia.
Sou fértil,
Sou pântano estéril.
Sou o campo verde,
Sou o peito que amamenta.

Ambiguidade.
Dor e dever.
Sou o sol que aquece,
Sou a água que dá vida.
Sou pensamento
Que navega pelos ares,
Pelos mares,
Pelo éter!

Sou satélite que gravita.
Que permanece na morte e na vida,
Prolongando o momento diáfano
Do encontro final.
Sou melodia em surdina
Depois num crescendo
Sou o êxtase!

Sou o aroma,
O cheiro,
A flor,
O pólen,
A luz.
O átomo,
Sou eu.
Sou você. ..
Somos nós!

(23 fevereiro de 2001)

Sobre a autora: Delasnieve Daspet é advogada, poetisa e Embaixadora Universal da Paz.

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